quinta-feira, 10 de abril de 2008
quarta-feira, 9 de abril de 2008
terça-feira, 8 de abril de 2008
sábado, 5 de abril de 2008
NEONAZISMO NO BRASIL E NA INTERNET: DEFESAS POSSÍVEIS...
Mais de cem pessoas assistiram a palestra da profa. Adriana Dias, mestre em Antropologia Social da Unicamp ontem em São Paulo, abrindo o ciclo de palestras da Comissão Nacional de Direitos Humanos da B´nai B´rith do Brasil. O evento foi coordenado pela dra. Margarette F.C. Barreto, delegada titular do DECRADI -Delegacia de Crimes Raciais e Delitos da Intolerância – de São Paulo. Na mesa que dirigiu os trabalhos, estavam presentes também Ben Abraham, presidente da Sherit Hapleitá e Alberto Liberman, diretor nacional de Direitos Humanos da BB Brasil. Prestigiaram o evento, entre outros, Etejane Hepner Coin, presidente da Wizo/SP, Adélia Tulman Cabílio, presidente da B´nai B´rith de São Paulo, Anita Pinkuss, do Centro de Cultura Judaica, Isaias Lerner, representando o presidente da Hebraica Peter Weiss; Sérgio Tomchinsky, pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria e Renato Akerman, do Projeto Paper Clips.
O tema "Neonazismo no Brasil: mapeando o perigo, as defesas possíveis", foi abordado a partir das pesquisas para a defesa tese de mestrado da profa. Adriana, que por seis anos analisou 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista (que tenta negar ou minimizar a existência do Holocausto), em inglês, português e espanhol.
Seu objetivo é estudar como o neonazismo usa a Internet para se propagar fora dela, para buscar soluções, inclusive em termos de políticas públicas que possam combatê-lo.
Para Adriana, "os neonazistas constroem uma imagem do judeu e do negro que só existe na cabeça deles". De acordo com o discurso usado por eles "os judeus seriam responsáveis pela pedofilia, disseminação do aborto, capitalismo e comunismo". Os integrantes desses grupos não conseguem enfrentar a angústia da vida moderna e acabam aderindo a um delírio coletivo. É uma visão maniqueísta do bem e do mal, que não aceita o diálogo. "Quem não tem sangue ariano não os entende, sendo inimigo que deve ser combatidos para que eles sobrevivam", acreditam.
Este "delírio" se fortalece na medida em que é compartilhado. "São 500 mil pessoas nos EUA, mais de 200 mil na Europa e 150 mil no Brasil que lêem material revisionista, neonazista e racista, através da internet", destacou.
Alguns sites mostrados pela antropóloga incitam claramente a eliminar negros e judeus. Sabe-se que estes grupos não ficam apenas no discurso "Em muitos casos há rituais, como por exemplo, para ingressar no grupo é preciso espancar um judeu. Isso acontece hoje", ressalta a pesquisadora.
SITES NEONAZISTAS: "NÃO É COISA DE ADOLESCENTE"
De 2003 a 2006, sua pesquisa se concentrou nos sites, concluindo que são produzidos por pessoas entre 35 a 55 anos, com educação pré-superior ou superior. "Não é coisa de adolescente". Usam ferramentas tecnológicas avançadas, dispõem de recursos financeiros e, em sua maioria são sites ativos, visam divulgar o neonazismo. "Há desde os que contam com 60 a 30 mil páginas".
Outras formas de difusão pela Internet são os fóruns, com debate de temas e os blogs, com diários, alguns dos quais "monstruosos".
Já os jovens preferem o formato "wiki", considera a pesquisadora. Este foi criado pelo Wikipédia, um site sério de informações científicas, do tipo enciclopédia, onde os usuários podem adicionar dados. Este formato é usado, por exemplo, no Ziopédia, um site racista em formato "wiki", de ódio aos judeus e a Israel. "Há milhares de pessoas produzindo esse tipo de material na Austrália", informou.
EM QUE REGIÃO SE CONCENTRAM E COMO ATUAM
No Brasil, o discurso neonazista é contra a maçonaria e os judeus são culpados por todos os males do mundo. De acordo com sua pesquisa eles se concentram em ordem descrente em: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Possivelmente, há uma relação entre locais que devem ter abrigado oficiais nazistas e a expansão destes movimentos, destacou.
Outra revelação é a existência de um movimento feminino muito forte, onde as mães "educam seus filhos para serem guerreiros da raça ariana".
A professora também identificou como eles estão organizados: há os solitários, há as células, grupos pequenos, que não conhecem as pessoas das demais células e outros como o "nacionalismo espiritualista", que defende a criação de um partido político.
A AÇÃO DA DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS EM SP
A delegada Margarette mostrou através de fotos um pouco da ação diária da Decradi - Delegacia de Crimes e Raciais e Delitos da Intolerância, na áreas de estratégia, prevenção, segurança em eventos, incluindo os da comunidade judaica, investigação e prisão. Citou casos de Ganges e de indivíduos, como o de um skinhead preso que não podia tomar banho sem camiseta senão seria linchado na prisão por suas tatuagens. Ao ser solto tatuou a palavra skinhead em ambas as mãos, de modo que não poderá escondê-las.
z
Falou também da atuação da Decradi na área do futebol, onde houve uma campanha da Federação Paulista de Futebol contra o Racismo; do combate à homofobia, dos ataques de neonazistas a homossexuais em São Paulo, da ação junto ao movimento negro e da atuação conjunta com a comunidade judaica. "Gostaria de agradecer a oportunidade de trabalhar com a comunidade judaica, por seu respeito por todos e pela vida humana sobre a face da terra".
LEGISLAÇÃO E EDUCAÇÃO
Para a profa. Adriana dois fatores são fundamentais para combater o neonazismo: Legislação e Educação. "O crime de ódio raciail na Internet não está tipificado, o Brasil tem uma das piores legislações do mundo nessa área", afirmou, ressaltando a importância do projeto de Lei para tornar crime a negação do Holocausto (revisionismo). A delegada Margarette complementou: "É preciso uma legislação específica para os crimes na Internet, isso se aplica também à pedofilia, homofobia e ao ódio racial, entre outros", destacando o trabalho feito pela Delegacia de Crimes da Internet, ligada ao DEIC.
Embora a questão seja complexa, com a hospedagem de sites em outros países, o Brasil tem conseguido vitórias. A professora Adriana agradeceu ao procurados Sergio Suiama, que tem sido um dos responsáveis pela retirada do ar de sites racistas, no que foi corroborada pela delegada Margarette.
A Educação é fator fundamental. "Os jovens são arregimentados porque não têm informações. É preciso educar para os Direitos Humanos no Brasil", conclamou a profa. Adriana, antes de abrir os debates.
COMO PROCEDER?
O diretor nacional de Direitos Humanos da B'nai B'rith e Adriana Dias explicaram que não se deve entrar nos sites neonazistas e discutir. O melhor caminho é passar as informações para a B'nai B'rith, que como vem fazendo de longa data, encaminhará aos órgãos competentes, preparados para agir nestes casos.
Na área da Educação, a B'nai B'rith do Brasil está promovendo este ano, Concurso de Redação sobre o Holocausto, com palestras para professores e alunos, para a Rede Pública de Ensino de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, com Jornadas Interdisciplinares para docentes nas três cidades e uma Exposição sobre Anne Frank, com ciclo de conferências em Porto Alegre.
fonte: http://blognetjudaica.blogspot.com/
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Chanceler Alemã em Israel...
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, concluiu ontem (18/03/08) sua visita oficial a Israel com um discurso no Knesset (o Parlamento local), onde rendeu um tributo às vítimas do nazismo e disse que o HOLOCAUSTO ENVERGONHA O POVO ALEMÃO.
A Shoah (Holocausto) enche a nós, alemães, de vergonha`, disse Merkel em seu idioma, pouco depois de, em hebraico, ter agradecido aos presentes por concederem a ela a honra de falar ali.
O discurso de Merkel foi o primeiro de um chefe de Governo estrangeiro no Parlamento israelense e também o único de um líder mundial pronunciado em alemão aos legisladores do Knesset.
Com o ato, a chanceler alemã encerrou uma visita de três dias, que coincidiu com os 60 anos da criação do Estado de Israel, considerado um dos principais aliados da Alemanha no mundo.
Este ano, Israel comemora 60 anos, 60 anos de desafios em busca de paz e de grande construção, disse a chanceler, que durante sua estada no país se reuniu com vários líderes israelenses.
Acompanhada de vários ministros alemães, Merkel participou de uma reunião histórica com os ministros israelenses e assinou vários projetos de cooperação bilateral.
O ANTI-SEMITISMO E ORACISMO NUNCA DEVEM ENCONTRAR ESPAÇO NA ALEMANHA OU NA EUROPA.
No discurso no Parlamento, a chanceler destacou a estreita relação entre os dois países e sua visita ao Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem), onde disse que o anti-semitismo e o racismo nunca devem encontrar espaço na Alemanha ou na Europa. O assassinato em massa de seis milhões de judeus, cometido em nome da Alemanha, trouxe um sofrimento indescritível ao povo judeu, à Europa e ao mundo inteiro, chegou a ressaltar na ocasião.
Apesar do boicote de cinco dos 120 parlamentares israelenses, Merkel foi calorosamente recebida no Knesset, tanto que, ao fim de seu pronunciamento, foi aplaudida por vários minutos.
Na cerimônia que antecedeu o discurso, durante a qual a bandeira alemã foi içada no Parlamento, Merkel retribuiu à recepção com um emocionado tributo às vítimas e sobreviventes do nazismo.
A SEGURNÇA DE ISRAEL NÃO É NEGOCIÁVEL.
A responsabilidade histórica faz parte da política fundamental do país. Isto significa que para mim, como chanceler alemã, a segurança de Israel não é negociável , declarou. Embora seu discurso tenha incluído muitas referências ao passado, Merkel falou por alto dos desafios existentes na relação entre Alemanha e Israel e da situação no Oriente Médio. As relações de cooperação e amizade entre Israel e Alemanha fazem parte dos milagres da História e devem reforçar nossa energia para a superação, mesmo diante das maiores dificuldades, afirmou.
Ao tocar numa das ameaças a Israel, a chanceler frisou que, se o Irã conseguir fabricar armas nucleares, colocará em perigo o processo de paz e a segurança regional. A respeito do conflito entre palestinos e israelenses, Merkel se mostrou a favor da formação de dois Estados para dois povos e manifestou seu apoio ao combinado na conferência de paz de Annapolis (EUA), realizada em novembro e ponto de partida do atual processo entre as duas partes.
Além disso, condenou os ataques com foguetes lançados da Faixa de Gaza contra Israel e ofereceu a mediação de Berlim nos contatos para a libertação dos soldados israelenses capturados por milícias.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que as relações especiais entre Israel e Alemanha são um exemplo claro da habilidade da Humanidade para superar as circunstâncias mais penosas. A íntegra do discurso de Olmert pode ser lida em: http://www.pmo.gov.il/PMOEng/Communication/PMSpeaks/speechmerkness180308.htm Durante sua visita, Merkel também demonstrou ter grande consciência do peso que suas palavras e sua presença poderiam ter para os cerca de 250.000 sobreviventes do Holocausto e seus descendentes que vivem em Israel.
Fonte: http://blognetjudaica.blogspot.com
Assinar:
Postagens (Atom)